Os homens preferem Marilyn Monroe: FILME: O RIO DAS ALMAS PERDIDAS (RIVER OF NO RETURN) 1954

River of No Return (BR: O rio das almas perdidas / PT.: Rio sem regresso) é um filme estadunidense de 1954 do gênero "Western" dirigido por Otto Preminger. O roteiro foi influenciado pelo filme italiano de 1948 Ladrões de bicicletas.

Ambientado no Noroeste dos Estados Unidos no ano de 1875, a história começa quando o taciturno fazendeiro viúvo Matt Calder encontra seu filho de nove anos chamado Mark num acampamento de garimpeiros. Mark havia se tornado amigo da cantora Kay Weston e a apresenta a seu pai. Matt e o filho vão para o seu rancho nas montanhas, o que causa estranheza no menino pois todos os homens estão participando da "corrida do ouro" que ocorre na região.

Enquanto cuidavam do rancho, Matt e Mark avistam no rio uma balsa descontrolada e carregada pela correnteza, com Kay e seu namorado jogador Harry Weston a bordo. Matt os ajuda, mas logo depois Harry o rouba e foge com seu cavalo e rifle, pois quer registrar uma mina que roubou num jogo trapaceado. Kay se nega a deixar Mark sozinho e fica com ele e seu pai, esperando que Harry volte de Council City após registrar a mina e devolver as coisas que roubara.

Após a partida de Harry, o rancho de Matt é cercado por índios em pé de guerra e como está desarmado e sem cavalo, ele não vê outra saída senão partir na balsa com o filho e Kay, arriscando a vida nas perigosas corredeiras. E segue na mesma direção de Harry, para acertar as contas com ele, se sobreviver.

Otto Preminger estava a concluir The Moon Is Blue quando o executivo Darryl F. Zanuck da 20th Century Fox o contratou para dirigir River of No Return. O produtor Stanley Rubin preferia William Wellman, Raoul Walsh ou Henry King pois achava que Preminger era especializado em filme noir e melodramas ou comédias sofisticadas e chamá-lo para um faroeste seria um risco. Preminger não tinha muito interesse no projeto até ler o roteiro e passar a acreditar na força da história.

Zanuck decidiu realizar o filme em CinemaScope e aumentou seu orçamento. As locações foram na maior parte nos parques nacionais de Banff e Jasper e no Lago Louise (Alberta), com Preminger e Rubin sobrevoando a área para escolherem os locais.

Rubin gastou doze semanas na pré-produção, período em que Marilyn Monroe gravou os números musicais compostos por Ken Darby e Lionel Newman. As filmagens duraram quarenta e cinco dias. O elenco e membros da equipe técnica chegaram em Calgary em fins de junho de 1953. Viajaram de trem especial até o Banff Springs Hotel, que serviria de base para as filmagens no Canadá.

Monroe era acompanhada por Natasha Lytess, sua técnica em atuação. Preminger não gostou das interferências da mulher e chamou Rubin em Los Angeles, insistindo que ela fosse expulsa do set de filmagens, mas Monroe conseguiu que Zanuck trouxesse Lytess de volta. Furioso com isso, Preminger descontaria sua raiva em Monroe pelo resto da produção.[5][6]

Preminger também sofreu com as frequentes chuvas e as bebedeiras de Mitchum, além de um tornozelo machucado de Monroe que interrompeu as filmagens por vários dias. O garoto Tommy Rettig era apreciado por Preminger pelo seu profissionalismo e sua amizade com Monroe ajudou a manter a atriz equilibrada. Quando Lytess começou a interferir na atuação de Rettig, ela finalmente foi afastada do set.

No início de setembro, a produção se deslocou para Los Angeles para as cenas interiores e close-ups e uma sequência no rio tiveram a utilização de um tanque. Rubin continuava a achar que Preminger fora uma escolha errada, tendo falhado na captura da aura do faroeste e ignorado vários elementos do roteiro. Apesar dos frequentes desentendimentos, Preminger terminou seu trabalho em 29 de setembro, conforme o previsto no orçamento.

Durante a pós-produção, Preminger foi enviado para a Europa, deixando ao editor Louis R. Loeffler e a Rubin a incumbência de completarem o filme. Jean Negulesco foi chamado para dirigir algumas refilmagens. Essa experiência convenceu Preminger de que ele não podia continuar como empregado dos estúdios e pagou a Fox uma multa de $150,000 para cancelarem o seu contrato.

Anos depois, Monroe diria que River of No Return fora o seu pior filme e Preminger reclamaria dela em várias entrevistas. Em janeiro de 1980, numa entrevista para o Daily News de Nova Iorque, ele afirmou (em tradução livre): "Ela trabalhou duro e quando as pessoas fazem isso, não conseguimos ficar magoados com elas.